Desapegar não é sinónimo de largar. Largar é mandar embora. Desapegar é deixar ir embora. São dois termos diferentes, mas vou explicar melhor.

Desapegar é entregar ao tempo, à vida, ao destino e ao universo a responsabilidade de fazer o que lhes compete. Ou seja, nem tudo o que pode e deve ser feito para teres aquilo que tanto queres, pode ou deve ser feito por ti, até porque uma boa percentagem dessa responsabilidade não é tua.

Para que as coisas aconteçam são necessárias estas duas parcelas: a tua e a do universo/vida/destino.

Desapegar é a arte de saber quando é que a tua parte já foi feita e por isso tudo o que te resta é confiar que o universo fará a parte dele também.

Desapegar é não querer fazer o trabalho do universo, é não querer controlar tudo porque isso só te vai esgotar as energias e não vai acontecer nada daquilo que queres.

Desapegar é assimilar este pensamento: “Ok, já fiz tudo o que podia e tinha de fazer, agora que seja o que tiver de ser”.

Desapegar de alguém é deixar essa pessoa ir à vida dela ou deixá-la estar no seu canto e quando entender voltar ou procurar-nos que o faça (se ainda a vamos querer ou não, nessa altura, isso não importa para o caso). Mas nunca esperar por ela. Enquanto esperamos à porta de casa na esperança que ela nos surja ao portão isso nunca vai acontecer porque não estamos a desapegar.

Desapegar é deixar de pensar e esperar por alguém e se esse alguém tiver de voltar, vai voltar. E nessa altura logo se vê se vale a pena ou não continuar ou começar uma história.

Desapegar é aceitar que não podemos controlar tudo e que não podemos forçar as coisas a acontecer.

Quando se trata de relacionamentos aquilo que te compete fazer é o quê? É demonstrar e provar aquilo que sentes pela outra pessoa e o que queres ou gostarias de ter dela. Tudo o resto não depende de ti. Se ela te quer da mesma forma ou gosta da mesma forma isso já não depende de ti, então não queiras controlar isso, não queiras forçar isso.

Percebe que não podes convencer alguém a gostar de ti. Percebe que não és um produto que estás a convencer alguém a comprar apresentando os melhores argumentos do mundo. Se a pessoa gosta, gosta, se não gosta, não gosta e ponto final. Podes ser a pessoa mais incrível do mundo e ela não te querer, e podes ser a pior pessoa do mundo e ainda assim ela te admirar. Tu simplesmente não controlas isso. Por isso… desapega, deixa acontecer e o que for… que seja o que tiver de ser.