Um dos nossos grandes males não é não saber, é pensarmos que sabemos quando não sabemos. E isso além de nos fazer errar, impede-nos de aprender. E hoje venho trazer um tema que expõe essa nossa fraqueza, que é a confusão comum entre “amor-próprio” e “autoestima”. Mais do que a confusão dos termos ou dos sinónimos que possamos encontrar nos dicionários, nós confundimos os conceitos. Passo a explicar rapidamente qual a diferença entre ambos:

Autoestima é gostar de mim. Amor-próprio é respeitar-me. Esta é a grande diferença. Ou seja, eu posso gostar muito do que vejo ao espelho. Ter um corpo tonificado, um rosto bonito, boas roupas e, por dentro, ser uma pessoa profundamente insegura e que permite que qualquer pessoa com um traquejo mais evoluído me humilhe, rebaixe e seduza com umas migalhas de afeto.

Por exemplo, autoestima é gostar do meu corpo. Amor-próprio é respeitá-lo. Ou seja, ter uma alimentação saudável e cuidar dele. Contudo eu posso ter um corpo atlético e gostar dele, mas ter maus vícios e comer porcarias. Isto significa que eu gosto do meu corpo, mas não o respeito porque tenho hábitos prejudiciais para a minha saúde. O que significa que eu até tenho autoestima, mas não tenho amor-próprio.

Amor-próprio é tão somente a capacidade de dizer “não” a algo que eu gosto e quero porque sei que não é o melhor para mim. É bom, mas faz-me mal. Então eu não quero. E isso aplica-se ao corpo (sedentarismo, fast food, álcool, tabaco,…), como à alma (pessoas tóxicas, pessimismo, vitimização, …)

Devemos trabalhar tanto a autoestima como o amor-próprio. O que não devemos é ir mudar o corte de cabelo e começar a fazer ginásio à espera de resolver os nossos problemas quando aquilo que precisamos mesmo é de aprender a dizer “não”, a perdoar, compreender, desapegar, etc.