Sofres tanto com a perda de alguém porque achas que a vida te deu essa pessoa e era suposto ela ser tua para sempre.

Ora só nesta frase existem dois erros. O primeiro é que ninguém é teu, e o segundo é que a vida não te dá ninguém, apenas te empresta.

Ao longo da tua vida entram e saem pessoas constantemente. Umas ficam algum tempo, algumas muito, outras para sempre. Mas até o para sempre não deixa de ser uma passagem. O para sempre acontece quando essa passagem é tão longa que nós acabamos por morrer primeiro.

Por exemplo: imagina que nós em vez de viver em média 75 ou 80 anos, vivíamos 200 ou 250. E em vez de envelhecermos ficaríamos sempre com a idade de 25 anos (incluindo a sua natural virilidade e disposição). Será que ficaríamos quase 200 anos ao lado da pessoa por quem nos apaixonámos quando tínhamos 20 anos e com quem casámos e construímos família? Talvez sim, mas provavelmente não.

Este é apenas um exemplo para entenderes que ninguém é teu e todos estão apenas de passagem. É como se a vida te emprestasse pessoas para te ajudarem a crescer e te ensinarem determinada lição (boa ou má, a bem ou a mal). Cumprida a sua missão segue o seu caminho que pode ou não ser diferente do teu. O mesmo se aplica em relação a tu entrares na vida de outras pessoas.

A partir do momento em que tu olhas para as pessoas que entram e saem da tua vida, não como propriedade tua, mas apenas como empréstimos que a vida te faz para poderes evoluir, além de desfrutares melhor da companhia dessas pessoas, vais aceitar melhor uma eventual perda. Porque, afinal, estamos todos de passagem na vida uns dos outros.