Quem disse que eu não me posso apaixonar aos cinquenta anos, casar apenas aos sessenta e os poucos anos de felicidade que possa viver depois disso não valerão por uma vida inteira de dissabores amorosos?

Quem disse que eu não posso voltar a estudar aos trinta e tirar, finalmente, o curso que sempre quis, mas que no meu tempo não consegui?

Quem disse que eu não posso terminar um casamento de vinte anos e começar tudo de novo, noutro lugar qualquer e onde não conheça ninguém, e encontrar novamente o amor e a felicidade?

Quem disse que aos quarenta eu preciso de um trabalho fixo, uma casa na cidade, uma vida a dois, e três ou quatro filhos para me sentir realizada?

Não tenho de forçar o que quer que seja a acontecer só porque este é supostamente o momento certo. O momento certo é quando tiver de ser. E quando tiver de ser eu vou sentir e saber isso. Não preciso de olhar para o amigo do lado e copiar-lhe a vida na esperança de passar no teste da sociedade. Eu não tenho de fazer o que ela me pede para ser feliz, até porque ninguém é feliz a viver a vida dos outros.