Só quem se ama é que ama. Quem não se ama, aquilo que sente pela outra pessoa não é amor, como acredita ser, mas sim essencialmente apego. Que é muitas vezes confundido com amor, mas é exatamente o oposto. Ora quem se ama e, por isso, não está tão dependente do outro para se sentir bem, também não precisa de controlar e vigiar o outro.

Primeiro, porque, à partida, se aceita estar com essa pessoa é porque confia nela. Caso contrário iria preferir estar sozinha. (Isto é o que faria uma pessoa que se ama). E depois, porque mesmo confiando nela, compreende que, se a outra pessoa quebrar o compromisso que ambos assumiram, ou se desviar dele, é unicamente responsabilidade dessa pessoa. Como tal, a culpa, vergonha, arrependimento e peso na consciência ficam para quem cometeu o erro. A outra pessoa, ainda que tenha tido essa desilusão, deve continuar orgulhosa por ter sido sempre fiel aos seus valores e compromissos.

Por estas razões quem ama não controla nem vigia, apenas dá a liberdade ao outro de ser quem tem de ser, segundo os seus valores. E essa é a única forma de conhecer quem realmente tem ao seu lado.