Adoro fazer amor contigo. Adoro fazer sexo contigo. Adoro tudo o que nos envolva aos dois, nus, num quarto. Adoro a sensação de estar noutro mundo e de ser uma pessoa que eu por vezes nem reconheço, quando nos entregamos um ao outro. Porque eu também sou essa pessoa que diz palavras menos próprias e pede e faz essas coisas menos próprias.

Mas, afinal, o que é que é menos próprio quando é feito com amor? É uma pergunta que me tranquiliza, porque tudo o que faço e sou é por amor, mesmo que isso me faça sentir um pouco de vergonha quando volto a cair em mim.

E até aquele leve arrependimento no dia seguinte, quando me lembro do que fizemos na noite anterior, sabe tão bem. Que sejam esses os únicos arrependimentos que eu sinta ao teu lado. O que seremos quando acabarem todas essas coisas menos próprias, mas cheias de amor?

Seremos apenas dois corpos sem alma, por isso garante-me que já não estaremos juntos quando esse dia chegar.

Excerto do meu livro Larga quem não te agarra